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João Ramalho
João Ramalho (Vouzela, 1493 — São Paulo dos Campos de Piratininga, 1582) foi um explorador e colonizador português.

Sua identidade e origem têm sido muito debatidas, sendo considerado ora náufrago, ora degredado, desertor ou aventureiro. Já foi considerado de origem nobre, alegação hoje tida como refutada, e também surgiu a teoria, nunca comprovada, de que era judeu ou cristão-novo. Viveu boa parte de sua vida entre os índios tupiniquins, após chegar ao Brasil em torno de 1510. Foi inclusive, chefe de uma aldeia após se tornar genro do cacique Tibiriçá, importante líder indígena tupiniquim na época dos primeiros anos da colonização portuguesa no Brasil. Teve um papel importante na aproximação entre os índios que liderava e os portugueses e no povoamento de São Paulo, principalmente após a chegada de Martim Afonso de Sousa, com quem se encontrou no território de São Vicente e fez grande amizade. Por outro lado, em função de suas alianças políticas, chefiou guerras contra etnias inimigas dos tupiniquins e contra grupos rivais de Tibiriçá, e foi um dos responsáveis pelo estabelecimento do tráfico de escravos indígenas.

Vivia no povoado de Santo André da Borda do Campo, onde em 1553 foi transformado em uma vila pelo governador-geral do Brasil na época, Tomé de Sousa. Ramalho foi vereador e alcaide (prefeito) da vila. É descrito nos registros históricos como um homem de cor morena devido ao sol, com grande porte atlético. Possuía uma longa barba. Algumas fontes indicam seu nome original como João Maldonado. Fundou uma dinastia de mamelucos (filhos de índios com portugueses) que, no século XVII, teve lugar de destaque na empreitada comercial-militar conhecida como bandeiras.

As fontes da época sobre sua vida são poucas e sua história foi colorida por lendas. Personagem marcante mas controverso já na percepção dos seus contemporâneos, a reconstrução de sua memória tem dado margem a muita polêmica desde o século XIX. Para muitos é um herói, figura importante na mitologia paulista, chamado, inclusive, de Patriarca dos Bandeirantes. Para outros, é um símbolo exemplar do violento processo colonizador português, que desestruturou as sociedades indígenas e não hesitou em usar, oprimir e escravizar os indígenas para alcançar seus próprios interesses.

João Ramalho teve uma vida pobremente documentada, aparecendo em citações em geral breves e às vezes indiretas, em cartas dos padres da Companhia, atas municipais, seu testamento e outros documentos. Além disso, alguns desses testemunhos são de credibilidade questionável. A fragilidade da documentação já deu margem a muita especulação carente de evidência sólida. Diz o pesquisador Rafael Scabin que "ainda que João Ramalho seja mais citado na correspondência do que outros colonos do planalto, o número dessas referências e as informações disponíveis são bastante reduzidas. Por isso, a utilização das passagens sobre o personagem na historiografia consistiu fundamentalmente na repetição de alguns curtos trechos, que acabaram por se tornar emblemáticos".

Era filho de João Velho Maldonado e Catarina Afonso de Balbode. Nasceu possivelmente em Vouzela, no Distrito de Viseu, em Portugal, provavelmente na Quinta de Valgode, terra que pertenceu à família Malafaia. O local exato de seu nascimento também é atribuído a Barcelos. Casou cedo com uma portuguesa, Catarina Fernandes das Vacas. Pesquisas concluíram que ele não tinha origem na nobreza. A descoberta foi feita a partir de análises caligráficas de suas assinaturas, quando notou-se que elas haviam sido escritas por várias pessoas, indicando a hipótese de que ele seria analfabeto.

Sua chegada ao Brasil não é documentada. São várias as hipóteses de como teria chegado ao sudeste brasileiro. Uma delas é como um náufrago, talvez oriundo da armada de Pedro Álvares Cabral; outra hipótese é que Ramalho teria sido degredado por algum crime cometido em Vouzela, e a terceira hipótese é que ele teria sido voluntário para colonizar o Brasil logo após sua descoberta. Também não se sabe quando chegou; foram aventadas datas tão recuadas quando 1490, a partir da presunção da data de seu nascimento segundo o cronista frei Gaspar, o que o faria ter chegado à América antes de Colombo e Cabral, hipótese que chegou a causar certa sensação quando foi proposta em 1899, mas logo tida como um exagero ou um erro na grafia da idade. Aceita-se em vez algum período entre 1508 e 1511 ou em 1515. Teria sido o primeiro português a habitar o Brasil meridional. Diz o pesquisador João Batista de Castro Júnior que "teria sido, provavelmente, numa versão de alto coeficiente de credibilidade, sobrevivente, ao lado de Antônio Rodrigues, de um naufrágio ocorrido por volta de 1510, relatado por Gonzalo Hernandez de Oviedo y Valdez, segundo a associação feita por Cortesão (1955:96 e 137) a partir do seguinte trecho do cronista espanhol: 'em frente desta ilha, oito ou dez léguas, estão duas ilhotas, onde portugueses de uma nau naufragaram, salvando-se as pessoas em um batel, e ficaram na dita ilha dos Porcos alguns dias, e então se mudaram para São Vicente'."

Outro dado que torna misteriosa sua chegada ao Brasil e inclusive o seu ano de nascimento, é a existência de uma Carta de Cavaleiro datada de 1487 em nome de um João Ramalho, ou seja, seis anos antes do seu suposto nascimento em 1493. Ela está no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, em Lisboa, e significaria que João Ramalho foi "cavaleiro, guarda-mor" do rei D. João II de Portugual. Porém, pode se tratar de outra pessoa.

De sua chegada ao Brasil até 1532, não há muitas informações do que aconteceu com João Ramalho. Ele encontrou índios tupiniquins, ou piratiningas, com quem passou a viver e ficou próximo do famoso cacique Tibiriçá ("Vigilante da Terra", na língua tupi), um dos principais líderes dessa tribo no Planalto Paulista. Sua aldeia seria, segundo algumas fontes, na região onde hoje fica o Largo de São Bento.

Após sua aproximação, casou-se com uma das filhas do cacique, Bartira (M'bicy), que significa "Flor de Árvore" em tupi, e posteriormente seria batizada com o nome cristão de Isabel Dias. Porém, como era de costume entre os povos nativos locais, teve outras mulheres, inclusive algumas irmãs de Bartira. Formou, assim, uma forte aliança de sangue com os índios tupiniquins, uma aliança que, nas tradições indígenas, é para toda a vida. Segundo algumas fontes, tornou-se inclusive influente entre os índios da aldeia, podendo arregimentar 5 mil índios em um só dia. 
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